quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ARTIGO SOBRE TRICOLOGIA

TRICOLOGIA
Joaquim Felipe
Leonardo Arantes
Neide Nilma
 Rosane Arraes


RESUMO

Este trabalho apresenta os elementos que constituem a tricologia que é a área da ciência que estuda os cabelos, seus problemas e tratamentos. Tem como objetivo entender de forma eficaz a estrutura e o desenvolvimento do cabelo.
São inúmeros os problemas ligados aos cabelos o que torna esse artigo revisional bastante relevante.


SUMMARY

This paper presents the elements that constitute the trichology which is the area of science that studies the hair, its problems and treatments. Aims to effectively understand the structure and development of hair.
There are countless problems to the hair which makes this article revisional quite relevant.


Palavras-chave: Tricologia. Cabelos. Doenças.

INTRODUÇÃO

Os cabelos, desde os mais remotos tempos, exercem grande importância para a humanidade, como símbolo de status, poder e atração, ligados fortemente à auto-imagem e à auto-estima, ocupam hoje um lugar de destaque na corrida comercial. Atualmente milhares de profissionais se dedicam ao estudo aprofundado dos cabelos, ou seja, da tricologia e a tendência é aumentar ainda mais o número desses estudiosos, uma vez que o cabelo é de extrema importância para as pessoas da sociedade moderna.
A finalidade desse trabalho é estirpar dúvidas e mitos referentes ao cabelo que em uma definição simples trata-se de “um fio queratinizado que cresce na pele dos mamíferos”.SCHWAN-JONEZYK (2002). A haste do cabelo é a parte do fio que emerge do couro cabeludo. Possui a mesma estrutura de todos os pêlos do corpo humano, porém tem suas particularidades as quais serão apresentadas de forma mais detalhada no trabalho ques e segue.

EFETIVAMENTE O QUE É O CABELO?

O cabelo (do latim capĭllus) é cada um dos pêlos que crescem no couro cabeludo (parte superior da cabeça do corpo humano). “A haste capilar é a porção do pêlo situada acima do nível da epiderme”.WICHROWSKI (2007).
É um tecido morto, composto de queratina e proteínas afins. O folículo piloso é uma invaginação da epiderme, com uma pequena parte da derme em sua base. O pêlo é formado por divisões de rápidas células na base do folículo. As células são empurradas para cima a partir da base do folículo, endurecem e sofrem pigmentação. Os pêlos em nosso couro cabeludo, nas sobrancelhas e nos cílios são diferentes dos outros pêlos espalhados pelo corpo. O cabelo cresce de maneira saudável cerca de 1,25 cm por mês, e cabelos longos têm vida útil entre 3 e 5 anos. Em média, temos entre 100 e 150 mil fios de cabelo em nossa cabeça. WICHROWSKI (2007).
Há em média 3 milhões e meio de fios capilares em uma pessoa adulta e crescem em média 1 cm por mês. Diferenciam-se dos pêlos comuns pela sua elevadíssima concentração por área de pele e pelo desenvolvimento em comprimento. Podem ser lisos, crespos, ondulados e de muitas cores. Os cabelos não servem só como um aliado estético (dando forma e valorizando o rosto) mas também funcionam como um isolante térmico, protegendo a cabeça e das radiações solares e da abrasão mecânica. Também podem ser um indicativo de diversas doenças que se manifestam alterando sua estrutura.

         COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL CAPILAR

Folículo Piloso

“O folículo piloso é uma dilatação terminal de um prolongamento da epiderme e tem mais ou menos 25 ciclos de vida.” WICHROWSKI (2007)
            Também conhecido como raiz do pelo, o folículo piloso tem uma fisiologia que deve ser considerada importante por profissionais de estética para, além de conhecimento, agregar segurança em procedimentos em que o mesmo está envolvido. Considerada a parte viva do cabelo, tem em torno de sua estrutura principal uma papila dérmica, o bulbo (parte inferior de germinação), uma ou mais glândulas sebáceas, responsáveis pela produção sebo protetora e, o músculo eretor do pelo. Figura 0.1

Haste Capilar
            O fio de cabelo conhecido cientificamente como haste capilar tem basicamente estrutura de matéria considerada morta, por ser uma compactação de células queratinizadas.
            A haste do pelo é constituída de três partes:
A medula: é formada por um eixo central de células fracamente queratinizadas e mal interconectadas.
O córtex: representa a maior porção do pelo sendo formada por células alongadas e queratinizadas.
A cutícula: é a camada mais externa do pelo constituídas de células achatadas e queratinizadas e que, sob a forma de escamas, formam um entrelaçamento que firma fortemente o pelo no folículo. WICHROWSKI (2007)

Composição Química Capilar
            Como tudo que é matéria tem uma composição, não seria diferente com o cabelo. Segundo SCHWAN-JONEZYK (2002):
O cabelo contém basicamente os elementos Carbono, Hidrogênio, Nitrogênio, Oxigênio e (típico da queratina capilar) Enxofre. Outros elementos formam menos que 0,1% da massa do cabelo.
 Estes elementos unem-se dando lugar à formação de moléculas que chamamos de aminoácidos que, por sua vez agrupados formam proteínas.
            Dentro do cabelo essas proteínas se entrelaçam formando cadeias peptídicas espiraladas, dando em forma ao cabelo através de fibras minúsculas principalmente na parte cortical, que vão se agrupando até chegar à forma visível do cabelo.

O Ciclo Capilar

            O crescimento dos cabelos sofre um ciclo natural que ocorre algumas vezes durante a vida de um ser humano, tal ciclo é definido em fases: anágena, catágena e telógena.
A fase anágena é aquela em que o cabelo está realmente crescendo. Ela dura de três a seis anos no couro cabeludo e o cabelo cresce de 12 a 15 cm por ano. Cerca de 80% a 90% dos fios de cabelo estão nessa fase.
Na fase catágena o fio de cabelo pára de crescer, mas ainda está ligado à sua raiz. Cerca de 1% dos fios está nesta fase, que dura apenas de duas a três semanas.
A fase telógena é a fase de queda do cabelo, pois nessa etapa o fio, totalmente formado, está alojado no folículo, preso apenas sua base expandida. Assim quando estiver nessa fase pode cair a qualquer momento. GOMES (2008)
É natural cair em torno de 100 fios de cabelo por dia, quando há um almento desse número é recomendável procurar um médico dermatologista para investigar as causas. Durante a fase telógena um novo fio começa a ser germinado pela papila dérmica começando o ciclo novamente

Formas Capilares

            Passamos ao longo dos anos por vários modismos, a respeito de tipos de cabelos, cores, formas, dentro da moda em geral,muita coisa muda , o que não muda geralmente é a forma natural ou original das pessoas. De acordo com SCHWAN-JONEZYK (2002) essas formas podem variar de fios grossos como do cabelo asiático, o cabelo liso e claro do europeu e o cabelo bem crespo do africano.
Definidos por SCHWAN-JONEZYK (2002) como:
Mongolóide – Liso; Caucásico – Ondulado; Negróide – Crespo
Dentro dessas tipologias existem variações como por exemplo espessura e densidade, dependendo da etnia.

Características dos Cabelos

            As características comuns aos cabelos se destacam para uma melhor avaliação como pré requisito de químicas de transformações capilares. Essas características são definidas por GOMES (2008) como: densidade, porosidade, resistência e espessura.
            O autor destaca que “a densidade é o número de fios por cm quadrado no couro cabeludo. Essa característica juntamente com as informações de volume e comprimento, poderá ser importante na decisão sobre a quantidade de produtos a aplicar”.
“Porosidade: o exame de porosidade reflete quanto às cutículas dos cabelos encontrarem-se “abertas” ou “desalinhadas” e pode indicar também quanto estão danificadas.” GOMES (2008)
            Esse exame para verificar a porosidade é simples, basta um correr de dedos contra o nascimento e sentir áspero, este cabelo está poroso. “A análise da porosidade ajuda a determinar a intensidade de um produto químico a ser usado e o tempo de pausa (reação) necessário”. GOMES (2008)
            Dentro de resistência dos fios destacamos a elasticidade que é a capacidade de o fio de cabelo se esticar e voltar a sua forma original. De extrema importância, pois irá determinar se o cabelo poderá receber um produto considerado forte ou terá de receber tratamento prévio para suportar o procedimento químico a ser feito.
            Ressalta GOMES (2008) que “o cabelo com pouca elasticidade e resistência não deve ser processado quimicamente sem cuidados especiais.”
A espessura classifica os fios em finos, médios e grossos, lembrando que em um indivíduo podemos encontrar variações de espessuras por isso, uma análise prévia poderá ajudar o esteticista capilar, a saber, intensidade e produto certo a aplicar em cada tipo de espessura de fio.

Problemas com a Haste Capilar

            A haste capilar composta principalmente de queratina pode sofrer danos, de acordo com WICHROWSKI (2007), “os primeiros sinais da deterioração da estrutura externa dos fios são as alterações da cor e o ressecamento (danos à cutícula e ao córtex).”
            As características do cabelo que já vimos, são geralmente alteradas por conta dessas deformações, o cabelo torna-se muito poroso resultando em um cabelo opaco, e elástico demasiadamente o qual poderá romper facilmente.
Algumas das causas que influem sobre a haste:
Físicas: Os raios ultravioletas; A secagem incorreta, secador com ar muito quente; O vento que retira a umidade natural; Entre outras.
Químicas: Xampu com grande concentração de detergente; Colorações; Descoloração – neste processo de 15 a 45% da Cisteína é destruída; Alisamento – a amônia, o sódio ou o formol dentro dessas fórmulas de relaxamento, podem reagir com os metais presentes nas colorações resultando em danos graves. WICHROWSKI (2007)
           
Alguns exemplos dentre as mais conhecidas “doenças” dos fios:

Tricorexes Nodosa – pequenas nodosidades de cor branca acinzentada que tornam o fio de cabelo frágil e quebradiço.
Tricoptilose – pontas duplas
Quebra do fio – falta de nutrientes como minerais (cálcio ferro) e proteínas.
Trichophyton – pedras brancas – fungos com afinidade pelos cabelos.
WICHROWSKI (2007)
  
CONCLUSÃO

Devido à importância que a aparência do cabelo tem para a sociedade como um todo, esse trabalho esclarece dúvidas e informa de maneira concisa a sua anatomia e algumas patologias a que são acometidos. Constitui fator imprescindível o aprofundamento e a continuidade desse estudo, uma vez que a sociedade está em constante evolução e a busca por novas alternativas em tratamentos e embelezamento dos cabelos se faz necessário. O novo profissional de estética capilar deve ser o diferencial do mercado, conhecendo a fundo aquele que é seu instrumento de trabalho.
           
           
FONTES:

SENAC.DR.             Cabeleireiro.  Ana Cláudia Martins Furtado; Divina aparecida do Vale; Francisca Maria de Jesus; Jacimara Pereira Cotrim; Kátia de Araújo Jaime. Goiânia; SENAC/DFP, 2004, 63 p. Il.
GOMES, Álvaro Luiz. O Uso da Tecnologia Cosmética no Trabalho do Profissional Cabeleireiro. São Paulo; Editora Senac, 1999.
WICHROWSKI, Leonardo. Terapia Capilar – Uma Abordagem Complementar. Porto Alegre;  Editora Alcance, 2007.
HERNANDEZ, Micheline; FRESNEL, Marie Madeleine Mercier, Manual de Cosmetologia. Rio de Janeiro; Livraria e editora Revinter Ltda, 1999.